Instituto Guaicuy

6 anos do rompimento de Brumadinho: encontro debate reparação 2233o

28 de janeiro, 2025, por Natália Ferraz 6d2i3r

Na manhã de sexta-feira (24/1), o saguão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, recebeu um encontro das pessoas atingidas pelo rompimento de Brumadinho, causado pela Vale em 2019, que marcou os seis anos do desastre. O evento integrou a programação da “Jornada de Lutas”, organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Assista à nossa reportagem especial sobre os seis anos do rompimento

Segundo o MAB, cerca de 800 pessoas estiveram presentes: a maioria delas era das cinco regiões do Paraopeba, mas havia também pessoas atingidas do Rio Doce e de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto. O evento começou com um debate sobre o processo de reparação em andamento e os desafios que ainda precisam ser enfrentados. Foram denunciados os limites do Acordo de Reparação firmado entre a Vale e o poder público em fevereiro de 2021, com destaque para a falta de participação popular no processo de construção do acordo.

Entre os temas abordados estiveram também a luta contra a redução dos valores do Programa de Transferência de Renda, a necessidade de rápida implementação do Anexo 1.1 e a luta pela resolução (liquidação) coletiva das indenizações individuais.

Quésia Martins, da Comissão de São Marcos e Santa Cecília e representante da Região 4 no debate, fez um apelo pela revisão do Acordo: “Quando é que vai ser atendida a repactuação do Acordo de Brumadinho? Porque, como já foi dito aqui, não existe acordo sem a presença de quem foi atingido. Então, nós não podemos aceitar”. Gleicilene Souza, da Comissão Lagoa e Tronco e representante da Região 5 na mesa, reforçou: “Este é um dia marcante, porque simboliza tanto tempo sem dignidade e respeito ao cidadão. Nós temos que lutar para refazer esse acordo, porque é muito descaso. São seis anos de impunidade”.

Outro tema central foi o direito à Assessoria Técnica Independente (ATI) enquanto a reparação integral pelo rompimento de Brumadinho não é alcançada. Representantes das três assessorias que atuam na Bacia do Paraopeba — Aedas, Nacab e Instituto Guaicuy — destacaram o papel crucial dessas organizações no apoio às comunidades atingidas. Paula Constante, assessora do Instituto Guaicuy, pontuou que o trabalho das ATIs ficou engessado após o Acordo. Ela também ressaltou: “A participação das pessoas atingidas nas próximas decisões deve ser direta. A Assessoria é um direito das pessoas, mas não é um instrumento de fala direta”.

Após as falas da mesa, o microfone foi aberto ao público, permitindo que os participantes expressassem suas próprias demandas e histórias. Ivone Pereira, atingida em Antônio Pereira, distrito também assessorado pelo Guaicuy no processo de descomissionamento da barragem Doutor, afirmou: “A Vale não tem medo da justiça. A Vale tem medo é da união do povo”.

No período da tarde, as pessoas presentes realizaram a marcha “6 Anos de Impunidade”. A caminhada foi encerrada em frente ao Ministério Público de Minas Gerais, onde houve uma reunião com os Compromitentes do Acordo.

Imagens: Fabiano Lana/Guaicuy

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! 4g2rm

O que você achou deste conteúdo? Cancelar resposta 6ap19

O seu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são obrigatórios.

Ao comentar você concorda com os termos de uso do site.

Assine nossa newsletter 5s3a3

Quer receber os destaques da atuação do Guaicuy em primeira mão? Assine nosso boletim geral!