O Instituto Guaicuy presta solidariedade à Inaiê Vilhena, bem como à sua família e amigos, diante do brutal ataque transfóbico sofrido por ela na última sexta-feira, dia 14 de fevereiro, na cidade de Mariana/MG, quando um grupo de pessoas, covardemente a atacou verbal e fisicamente, a deixando muito machucada.
Inaiê é psicóloga e integra a equipe de Direitos e Participação Social na Assessoria Técnica Independente de Antônio Pereira, que atua junto às pessoas atingidas pelo risco de rompimento e obras da Barragem Doutor, da Vale, no distrito ouropretano.
Foto: Gabriel Nogueira/Instituto Guaicuy
O Instituto Guaicuy manifesta ir apoio à Inaiê e indigna-se profundamente com as violências transfóbicas vivenciadas pela profissional comprometida e responsável, que vem desenvolvendo um trabalho necessário de acolhimento psicossocial junto às pessoas atingidas pela mineração.
Inaiê é uma sobrevivente! “Eu sabia que esse dia iria chegar.” É o que ela diz no vídeo que postou em suas redes sociais pedindo apoio da população marianense na identificação de um casal que a ajudou no momento do ataque. Ela foi socorrida pela Guarda Municipal de Mariana e, graças a uma câmera do “Olho Vivo”, três dos agressores já foram identificados, detidos em flagrante e estão cumprindo prisão preventiva.
O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo! De acordo com o monitoramento de assassinatos de pessoas trans realizado em 2024 pela TGEU (Transgender Europe): “Mais de três quartos de todos os assassinatos reportados foram cometidos na América Latina e Caribe. Pelo 17º ano consecutivo, o Brasil lidera o ranking, com 30% do total de casos.” Segundo reportagem da Agência Brasil, nos últimos anos, os números de denúncias de violência contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ via o canal governo federal, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), aumentaram significativamente. Foram 5.741 casos registrados até setembro de 2024, 6.070 denúncias foram feitas no ano de 2023 e 3.948 denúncias realizadas em 2022.
O Instituto Guaicuy repudia quaisquer manifestações de transfobia, crime equiparado ao de racismo no Brasil, inafiançável e imprescritível.
A impunidade não pode prevalecer! Que qualquer pessoa que cometa o crime de transfobia seja responsabilizada no rigor da lei. É inissível e criminosa qualquer forma de preconceito e intolerância!
O Instituto Guaicuy trabalha em prol da produção de conhecimento e práticas de defesa do respeito e valorização dos direitos fundamentais e, portanto, está à disposição para contribuir no que for necessário. Inaiê e toda a comunidade LGBTQIAPN+, contem conosco!
Instituto Guaicuy
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